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Mães não são naturalmente pacientes e a culpa materna é comum, mas injusta. Leia na coluna Mãe Conexão.

A paciência e a culpa, que não temos!

A paciência e a culpa, que não temos!

Quando eu era professora de educação infantil (crianças de 2 e 3 anos), sempre ouvia que toda a paciência que eu tinha era um dom.

E eu realmente achava que era, afinal, eu era mordida, batida, dava conta de 18 crianças juntas e no fim do dia todos saíamos vivos e felizes.

Para todas as outras questões da vida eu também tinha paciência, mas quando estourava, já era. Bomba! Corre!

E aí veio a maternidade prra me dar 279 tapas na cara e eu descobri que além de não ter o dom da paciência, eu ganhei um julgamento próprio que nunca havia sido tão crítico.

Teorizando um pouquinho, para nosso cérebro, paciência não é algo que “nasce” com a gente (nada de dom), é uma habilidade construída, treinada e muito, mas muito recompensada.

Isso acontece desde o nascimento, quando os bebês choram impacientemente querendo mamar, até o adulto reclamando que a fila está andando muito devagar.

Acontece que na maternidade nosso “treino” de paciência acontece 10x por minuto (e olha que isso envolve todo o contexto de rotina/família/trabalho, além do filho).

E aí que está: não existe auto regulação ou monge que consigam manter a calma diante de tantos momentos de estresse e pressão.

Cortisol, hormônio que regula o estresse, tem picos e mais picos ao longo do dia, é IMPOSSÍVEL que a gente mantenha serenidade sempre.

Pois bem, tirei um pouco do peso teórico e fisiológico de que seu corpo HUMANO já não vai dar conta de ser calmo o tempo todo, agora vamos para outra realidade:

A culpa é inevitável, mas dá pra gente substituir ela em vários momentos.

Para nosso cérebro, tudo vai precisar de constância de fazer o exercício de se lembrar: não é culpa, é responsabilidade.

E aí tudo ficará mais fácil, pois não tem como todos os problemas da rotina serem SÓ SUA responsabilidade.

Não é sua responsabilidade ter que dar conta de fazer um jantar completo pro seu filho, se você teve um dia complicado no trabalho. É sua responsabilidade alimentá-lo, e tudo bem se um dia ou outro for só macarrão ou uma fruta.

Não é sua responsabilidade ser positiva e sorridente se você não está em um dia feliz, é seu direito humano estar chata e rebugenta um dia.

Em que parte da vida a gente esquecer que a vida é cíclica?! Que na mesma semana que gritamos com nosso filho, teve aquele dia que brincamos de teatro com ele?

É isso, não temos culpa, temos responsabilidades que podemos simplificar.

E somos mães muito mais maravilhosas quando sabemos fazer isso.

Acompanhe @gianeleite nas redes sociais.

Texto: Giane Leite
Fotografia: Flora Elias
Direção Criativa: Anna Leão
Produção: Jéssica Felippino

Styling: Dolvani Barbosa e Carol Querubini

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